dedicação pela vida
Instrumento é importante no processo de alfabetização e inclusão social.
Papel, cores e giz de cera. Enquanto aguardava ansiosa nos corredores do Núcleo de Atenção e Assistência da Abrace, Letícia passava o tempo assim – pintando. E ela dizia:
- Eu quero fazer uma cartinha com minha máquina.
A mãe perguntava:
-E o que você quer ser quando crescer, Letícia?
- Eu quero ser médica, mamãe. Contou com um sorriso largo e cativante.
Letícia, de 5 anos, é mais uma assistida da Abrace que foi contemplada com uma máquina de braille. A garotinha foi diagnosticada com astrocitoma - um tipo de câncer no cérebro e que pode causar cegueira. Hoje, ela estuda em uma escola especial para pessoas com deficiência e, para ser alfabetizada, uma máquina de braille torna-se essencial.
O equipamento teve um custo de R$ 3.990 e foi adquirido pela Abrace por meio da contribuição e solidariedade da sociedade. A Abrace é uma instituição não governamental e depende, exclusivamente, de doações da comunidade e empresas parceiras.
Como Letícia, outros assistidos também ganharam, em anos anteriores, uma máquina de braille. É o caso de Pedro Henrique Félis, que esteve presente na entrega da máquina de Letícia para celebrar com ela esta grande vitória.
O menino conta que, antes da máquina, manuseava a reglete - um dos primeiros instrumentos criados para a escrita braille. Uma espécie de prancha com uma régua que contém as celas do alfabeto.
“Quando ganhei, fiquei tão contente. Com a máquina eu posso estudar para, um dia, me tornar um delegado e proteger as pessoas”, disse incisivo. A mãe Lenilza Félis acrescenta que o filho é muito habilidoso com o equipamento e que para ajudar na alfabetização do filho, ela também teve que aprender a manuseá-lo. Agora, Pedro sonha um pouco mais alto – “Gostaria de ter um notebook braille”, revela.
Pedro aproveitou para ensinar a pequena Letícia a como escrever o nome dela com a máquina. Depois disso, a mocinha não queria outra coisa senão estudar e explorar o novo presente.
Para Vanessa Viana, mãe de Letícia, o tratamento contra o câncer costuma ser muito doloroso para toda família e, “ganhar a máquina, além de trazer mais alegria para minha filha, será importante no processo de inclusão social”, conclui.